Cultivando e conectando-se com as flores - Parte 2
Existem muitas espécies de plantas que podem ser adotadas por um paisagista para compor um canteiro de um jardim, contemplando as ações terapêuticas dos aromas, o prazer da visualização e as sensações únicas do tato ou da degustação. Sem esquecer da audição, e aqui me reporto ao som relaxante e místico dos ventos passando por entre os bambus ou através dos ramos de um salgueiro.
Selecionei, entre centenas de milhares, algumas plantas que poderiam, por sua forma e energia, compor um jardim dos sentidos: Alecrim (Rosmarinus officinalis): é a planta cujo aroma desencadeia a formação de endorfinas e, consequentemente, leva à alegria e ao entusiasmo. Como chá, é usado para estimular a concentração, a memória e o alívio de dores como artrite, reumatismo e outras dores localizadas, muitas vezes decorrentes da tensão muscular. Vibracionalmente, o alecrim é associado ao Amor; dar um buquê de flores com ramos de alecrim junto simboliza uma declaração de Amor.
Gengibre (Zingiber officinalis): suas folhas são lindas para decoração e têm vigor, e o aroma de suas flores brancas é altamente relaxante. Sua raiz é mundialmente conhecida na farmacopeia, sendo usada para problemas digestivos, flatulência, gripes e resfriados. Indicado para alívio de dores nas articulações, pode ser recomendado no tratamento de vários tipos de reumatismo. Gerânio (Pelargonium graveolens): suas flores são belíssimas, sendo muito citadas pelos poetas. Os floralterapeutas indicam as essências de gerânio nas terapias para depressão e tristeza sem motivo, pois elas reduzem os medos e os sentimentos de carência. Pelas suas propriedades antidepressivas, é indicado na aromaterapia de ambientes para elevar a energia vibracional.
Hortelã-pimenta (Mentha piperita): suas folhas aromáticas enfeitam de forma rasteira por entre outras flores, estabelecendo uma linda composição. Além de seu perfume adstringente, indicado para dar energia e despertar, dando clareza aos pensamentos, é terapêutica, indicada para dores de garganta, de cabeça e outros mal-estares, como enjoos, e também é levemente analgésica para dores gastrointestinais.
Jasmim (Jasminum officinalis): suas flores brancas e carnudas são muito buscadas pelos paisagistas, e seu aroma, segundo os monges budistas, facilita o relaxamento e a meditação, além de ser um dos mais utilizados pelos perfumistas, despertando sensações de alegria, contentamento e entusiasmo. É altamente energético, as pessoas que o usam em suas fórmulas de perfumes apresentam durante o dia maior disposição e bem-estar. Como é um aroma considerado afrodisíaco, desperta sentimentos de muita ternura e afeto.
Lavanda (Lavandula angustifolia): suas flores azuis levemente arroxeadas, com as folhas refletindo um prateado à luz solar, fazem da lavanda uma das plantas mais utilizadas na composição de jardins. Quem nunca ouviu falar: “caminhando por uma alameda de lavandas perfumadas”…? Por suas propriedades aromáticas, ter lavandas em um jardim proporciona alívio para o estresse, deixando uma sensação de paz e contentamento. Exalar por algum tempo seu aroma irá, aos poucos, levando a uma expansão da consciência, o que é muito bom para meditar ou conectar-se com outras dimensões. Topicamente, o macerado ou pomadas de lavanda são indicados para queimaduras, tendo em sua composição ativos altamente regeneradores da pele.
Manjericão-verde (Ocimum basilicum): é uma das muitas variedades de manjericão, sendo considerado o mais aromático. Suas flores lilases enfeitam os canteiros dos jardins ao mesmo tempo que perfumam o ar com suaves toques de efeito relaxante e antiestresse, e são muito utilizadas na confecção de pastas e molhos, numa cozinha mais requintada que valoriza e preza alimentos com cores e aromas especiais. Na Idade Média, preparados e infusões com folhas de manjericão eram utilizados como antidepressivos e sonífero, principalmente se macerados junto com flores de maracujá.
Sálvia (Salvia sclarea): suas folhas aromáticas, verde-prateadas, são muitas vezes adotadas para o centro de canteiros, entre flores de muitas cores. O aroma e os ativos das folhas de sálvia possuem suave ação antiestresse. Em chás, reduz as tensões e a síndrome do pânico, que causam desgaste do sistema nervoso. Tomar um chá de suas folhas tem efeito relaxante. Seu ativo tem ação diurética e depurativa, limpando e desintoxicando, talvez daí venha o uso, pelos xamãs e pajés, de incensos de sálvia ou emplastos de folha e flores para seus trabalhos de limpeza energética física e espiritual. Queimar ramos de sálvia junto com alecrim e arruda, dentro de casa e em ambientes energeticamente densos, funciona como uma limpeza das vibrações frequenciais baixas que estão imantadas nas paredes.
Beijo americano, beijinhos (Impatiens hawkeri): estas flores de muitas cores e fácil plantio crescem rápido e se mantêm por longos períodos, nas estações mais amenas. São a alegria dos paisagistas, colorindo canteiros, com um jogo de tons e cores vivas e exuberantes. Muito conhecida na confecção de florais, ancorando a energia da paciência, da calma, com muita harmonia e sintonia com os ciclos da terra, sendo indicada para pessoas angustiadas e apressadas, que não sabem esperar, sofrendo por não conseguirem respeitar e compreender que tudo tem sua hora e momento de acontecer. Estas flores também podem ser utilizadas na confecção e ornamentação de saladas.
Rosa Pink (Rosa chinensis, Rosaceae): as roseiras foram consideradas no século XVIII como as flores nobres, cultivadas nos lindos e bem cuidados jardins dos palácios, enfeitando as mesas dos banquetes, e muitas vezes um botão, sedutoramente, era colocado no decote dos vestidos das damas da nobreza na época. Seus aromas eram confeccionados por perfumistas, sendo até hoje dos mais caros, devido à quantidade de pétalas necessárias para a extração de suas essências. Era também, na época, símbolo da futilidade, da impessoalidade, da falta de amorosidade, dignas de pessoas isentas de sentimentos mais profundos e entrega amorosa; muitas rainhas usavam seu perfume por proporcionar-lhes espírito mais prático, sem deixar-se levar por sentimentalismos.