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Tabela das cores e sua aplicação terapêutica - BRANCO E PRETO

E o preto e o branco são cores? Vamos desvendar esse questionamento, que há décadas é acompanhado de muitas ­respostas.

O preto é uma cor sem cor, isto é, pode ser formado por uma mistura de algumas cores, mas, como todos os teóricos físicos e artistas afirmam, não tem uma cor definida. O branco é o começo do espectro e o preto é o fim. O branco é composto por todas as cores da luz, o preto é ausência de luz. O preto mais escuro do mundo é obtido pela ausência absoluta da luz, onde não se reflete nada, nenhuma cor, somente obscuridade. Mas, ainda assim, no uso cotidiano, o preto é aceito como uma cor.

Vamos, então, aos tons de preto mais conhecidos: preto-alcatrão, preto-ardósia, preto-asfalto, preto-azulado, preto-breu, preto-carvão, preto-cinzento, preto-diamante, preto-fuligem, preto-ébano, preto-esverdeado, preto-grafite, preto-ônix, preto-turmalina e preto-veludo, que é considerado o preto mais escuro de todos.

Na cultura popular, o preto (ou negro) costuma ter um significado negativo, como nas expressões dias negros, ovelha negra, humor negro e gato preto, que dá azar. O preto foi oficializado por muitas culturas como a cor do luto, mas, nesses momentos, mais ­importante que a cor, é que a roupa cause impressão solene de respeito e tristeza.

As cores preta e violeta, juntas, retomam simbolicamente a magia, o que está oculto, as filosofias herméticas, a alquimia, sendo que esta, a alchemia, era originariamente considerada a arte negra, assim denominada porque a palavra chemi, em árabe, significa preto. Contudo, a alquimia não é, em princípio, algo negativo. Inclusive, o acorde preto e violeta simboliza as forças ocultas da mãe natureza, como um poder vibracional intrínseco das duas cores.

A cor preta combina melhor com pessoas mais novas, pois deixa transparecer com mais nitidez a pele jovem, ressaltando-a. Cada vez mais, os jovens vêm optando pelo uso de peças básicas pretas, tanto para o dia quanto para a noite, harmonizando-as com branco, bege ou outras cores mais coloridas do espectro. Por ressaltar a pele, o preto não cai muito bem em pessoas idosas, pois faz com que pareçam mais envelhecidas do que realmente são, realçando as rugas e a flacidez. Portanto, quanto mais idade uma pessoa tiver, mais velha ela parecerá se usar roupas pretas.

E a cor branca? O branco é mesmo uma cor? A melhor explicação para essa questão ensina que a soma de todas as cores do arco-íris é branca. Ou que a luz branca, ao penetrar num prisma, se projeta nas sete cores do espectro solar. Ou ainda que, se um círculo com as sete cores do espectro for girado em alta velocidade, todas as cores desaparecem, restando somente a cor branca. Sendo assim, o branco não é uma cor, se estivermos falando das cores da luz do espectro, pois, para a Física, ele é a soma de todas as cores da luz.

Mas, quando falamos em tintas, cadinhos, misturas de cores e em iluminar ou clarear uma tela, existe, sim, a cor branca, uma das mais importantes para a pintura. Inclusive, é a cor mais usada, e seus tubos e vidros sempre são os maiores, pois são os mais procurados.

Os tons de branco iniciam pelo branco-albino, ­branco-cal, branco-cinzento, branco-creme, branco-alabastro, ­branco-­dente, branco-diamante, branco-desmaiado, ­branco-farinha, branco-gelo, branco-gesso, branco-leite, ­branco-lua, branco-neve, ­branco-opala, branco-prata, branco-madrepérola, branco-marfim, ­ultrabranco e, ainda, o branco da alma. (Foi perguntado para mais de 10 mil pessoas, em várias partes do mundo, de que cor era a alma, e 95% responderam que era branca.)

Um acorde muito harmonioso de cores é formado pelo branco, pelo azul e pelo dourado, que são as cores da verdade, da honestidade e do bem. Um espaço religioso com essas três cores num altar, além de despertar a nobreza do dourado, o azul da espiritualidade e o branco do bem e da paz, passa uma imagem de santidade e pureza.

Popularmente, o preto e o branco são antagonistas. Por exemplo, uma mentira preta é uma mentira terrível, com ­consequências drásticas; já uma mentira branca é uma mentira cortês, caridosa. O mesmo pode ser dito de um dia preto, isto é, um dia ruim, feio, contrastando com um dia claro, isto é, um dia bonito, bom. Apenas com a mudança da cor, o sentido e o sentimento sobre a cena mudam radicalmente. Mas o que muitas crianças – e muitos adultos também – nunca conseguirão entender é por que as uvas verdes são chamadas de brancas e as roxas, de pretas.

Dentro da psicologia das cores, através da tipologia humana, desde a Idade Média já se postulava o vermelho para as pessoas de temperamento sanguíneo, o amarelo para os coléricos, o preto para os melancólicos e o branco para os fleumáticos, simbolizando que as pessoas fleumáticas tinham uma personalidade mais calma e tranquila.

O branco protagoniza as expressões: tive um branco ao falar, ou seja, tive um esquecimento, ou este álbum ainda está em branco, isto é, faltam as fotos, ou ela não tem nenhuma mancha negra, somente branca, em seu passado, ou não poderíamos deixar passar em branco esta data.

Antigamente, a cor da camisa servia como indicador de status profissional e social. Pessoas que tinham que trabalhar e sujar suas roupas usavam camisas azul-escuras, cinzas e beges; já os empresários e gerentes usavam camisas brancas. Assim, com o tempo, ficou estabelecido o símbolo dos colarinhos brancos para setores de comando e administrativos, transformando as camisas brancas e impecáveis em símbolo de poder e comando. Ainda hoje, uma camisa branca é símbolo de elegância e de alta posição social.

Os alimentos brancos, como a farinha e o açúcar, geralmente são descoloridos artificialmente, o que tem um atrativo contraditório: faz com que pareçam finos e puros quando, na verdade, são artificiais, pouco substanciosos e prejudicam o bom funcionamento do organismo. A mesma ideia ronda o branco dos vestidos das noivas, que surgiram no século XIX, como um símbolo de virgindade e pureza. Desde o final do milênio passado, não é mais observado esse detalhe, mas, ainda nos anos 1960, muitas igrejas no mundo ocidental, principalmente católicas, não casavam noivas de branco se estivessem grávidas ou sobre as quais se soubesse publicamente que não eram mais virgens.


TRECHO RETIRADO DO LIVRO DE LÍGIA POSSER: CROMOFLUIDOTERAPIA - TOQUES QUÂNTICOS ATRAVÉS DAS LUZES E CORES


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